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Pular corda, praticar esportes, brincar com bambolê e inventar jogos são práticas que ganharam força nos últimos meses.
Jogos inventados, amarelinha, bambolê e idas à biblioteca são algumas das práticas que têm reaparecido nas escolas após a proibição do uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos. O tédio no tempo que, antes, era consumido por telas, virou ócio criativo, e os recreios têm sido mais barulhentos, movimentados e saudáveis para as crianças.
Eduardo Silva Pinto e seus amigos resolveram inventar o próprio jogo de cartas, com textos e desenhos feitos por eles, em vez de comprar um pronto. Os adolescentes de 12 anos estão no 7° ano do Colégio Anchieta, no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, e, apesar de já não gostarem muito de usar o celular na escola antes, sentiram o impacto da proibição neste ano.
— A ideia surgiu por causa do tédio que a gente estava tendo no recreio, porque a gente não fazia nada. Aí, a gente começou a fazer cartas e a colocar cards que tinham “HP”, ataque, pra começar a fazer uma batalha. Tá sendo legal. A gente joga todo recreio. Não me sinto mais entediado como antes — conta.
O menino acha que as partidas ajudam no desempenho em matemática, já que cada carta possui pontos em aspectos como fraqueza e ataque, além do percentual de raridade. Felipe Machado Farina concorda e acha que o tempo tem sido melhor investido do que quando o celular era permitido.
— Eu ficava muito parado, não gostava. Eu não sei por que, mas, quando eu usava o celular, o tempo passava muito rápido — comenta o estudante.
Entre as alunas do 6° ano, tem de tudo: algumas meninas que se encantaram pelo vôlei, outras que se engajaram em partidas intensas de UNO, um grupo que se refugia na biblioteca para ler e fugir do barulho e os meninos que aproveitam o tempo para trocar figurinhas para completar seus álbuns.
— Eu acho que começamos a jogar mais vôlei porque não podia usar o celular, aí a gente começou a praticar mais esportes, achar coisas para fazer no recreio — conta Rafaela Arnhold Soares, 11 anos.
A demanda pelas quadras foi tanta, que o colégio precisou organizar um revezamento entre as turmas. Quando não jogam, Rafaela e as amigas, Isabela Barichello de Lima e Ana Beatriz Jaeger Porto, ficam conversando. O trio acha que a comunicação e as interações são melhores sem o celular por perto.
A biblioteca ganhou mais adeptos, que buscam lá um refúgio para o barulho do recreio.
Na biblioteca tem gente que pinta, ou coisa assim, e a gente pode ficar sem a gritaria que tem lá embaixo. Às vezes, a gente tem a vontade de ficar o tempo todo lá, só lendo juntos — diz Helena Amaral, 11 anos.
A menina e seus amigos, que cursam o 6º ano, não tinham acesso ao celular até o ano passado, pois o Anchieta já tinha como regra não permitir o aparelho entre crianças até o 5º ano. Isso mudaria neste ano, mas, com a lei, os dispositivos seguem guardados na mochila – mas não têm feito falta.
Fonte; Clic Rbs